quinta-feira, 13 de março de 2014

OS LIVROS, OS TABLETS E AS CÓPIAS


OS LIVROS, OS TABLETS E AS CÓPIAS
Josenildo Silva de Souza1

Admiro os livros desde o primeiro momento em que os vi e folhei-los. Percebi, de imediato, o que eles tinham a me oferecer em termos de conhecimento e sabedoria. Me causava inveja vê-los sendo lidos e apreciados por leitores, atentos, concentrados, disciplinados e críticos. Quisera, eu, poder fazer o mesmo com tanta maestria e prazer.
Livros não foram feitos para ficar nas estantes das bibliotecas, sejam elas particulares ou públicas, ou até mesmo enfeitando a sala de estar! Muito menos ser propriedade individual. Devem ser compartilhados! Neles estão ideias desde as mais simples até aquelas elaboradas com maior rigor científico, filosófico, religioso e literário.
Livros são como nossos pais, irmãos, amigos, mestres que nos guiam por caminhos seguros por onde pretendemos ir. São indispensáveis e de fundamental importância na nossa vida, na nossa formação, seja ela acadêmica, profissional ou pessoal. Tem livro pra todo o gosto! Inclusive os que atende as fantasias sexuais de homens e mulheres.
Eles foram inventados para registrarem de uma maneira mais duradoura a saga da história da humanidade, seus percursos e percalços. Eles devem ser lidos e nada mais do que isso. Tirá-los das estantes e se apropriar do seu conteúdo, o quanto antes, é nosso direito e dever! Com livros nas mãos o leitor se torna mais respeitado e admirado, seja ele estudante, professor ou não. Seu valor não diminui com o tempo. Não viram sucata!Não têem vida curta! Muito pelo contrário! Se tornam mais valorizados. Não foi à toa que um deles da área de botânica foi roubado da biblioteca do Instituto de Botânica do Estado de São Paulo, cujo valor é incalculável.
Ao andar na rua com um livro, o leitor não correrá o risco de se deparar com alguém que fica na espreita para assaltar, ou roubar. Pois ele não é alvo de cobiça pelo alheio por parte dos transeuntes, meliantes, assaltantes que circulam pelas cidades, muito menos pode ser trocado por qualquer substância entorpecente. Ninguém vai trocar livro por droga! Nesse caso específico, ele não tem valor de mercado. O livro tem o meio mais eficiente de pesquisa inventado pelo homem, o índice! Suas páginas são numeradas em ordem crescente e facilmente podem ser folheadas com um leve toque dos dedos, tal como os mais sofisticados tablets.
Os tablets, por sua vez, dizem alguns, veio substituir o livro. Creio que não é bem assim, apesar dos fissurados pelas novas tecnologias acreditarem veementemente nisso. De acordo com Sylvio Montenegro, “afirmar peremptoriamente que o tablet vai substituir o livro é no mínimo leviandade. Pois nos tablets, pode-se armazenar uma biblioteca inteira vários e vários livros podem ser armazenados em um único meio! Porém, mas nada será como o livro: único, soberano, acompanhante silencioso que conta a história da saga humana sobre o globo, desde a invenção da escrita! Os tablets, por sua vez, têem funções que vão além daquelas que o livro pode oferecer. É um instrumento que tem recursos muito mais sofisticados. Disso não temos dúvida! Porém, estão num processo de inovação tecnológica contínua e, quem não acompanhar esse processo, parecerá bizarro se portar um desatualizado no meio da rua, em praça pública. O tempo de vida dos tablets que vai do processo de produção nas fábricas às lojas e das lojas até o lixo é cada vez curto e, também, tem um agravante! Não pode ser jogado em qualquer depósito de lixo! Pois, pode causar danos à saude ao meio ambiente! Esse processo de atualização constante que esse dispositivo tecnológico exige, pode levar os consumidores da necessidade de usá-los, até ao vício compulsório. Se, por acaso, qualquer um de nós dar de presente um tablet a alguém, saberá, em pouco tempo, que o seu valor durará até o próximo lançamento. O presente dado com carinho, logo, logo se destinará ao lixo. Assim, me responda a uma só pergunta: você conhece alguém que já leu um livro este mês, ou este ano em seu tablet?
Se os livros não vão ser substituídos pelos tablet o que dizer, então, das cópias que estão circulando nas sala de aula, das escolas e Universidades? Após serem usadas elas têem um destino trágico. Ao usá-las, isto é, lê-las, não podem ser guardadas da mesma forma que os livros e nem é objeto de consumo como os tablets. Elas se quer enfeitam as estantes. Muito pelo contrário! Viram um amontoado de papel que dar nojo até em vê-los. Livramos delas o quanto antes para não acumulá-las. Elas se assemelham aqueles bens de consumo descartáveis que usamos para obter prazer rápido e logo em seguida os destinamos ao depósito de lixo e com uma certa dose de prazer. O depósito de lixo será o seu fim!



1Professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA